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NEM SEI DOMAR MEUS PRÓPRIOS CÃES
Para imitar o imortal Camões,
precisaria ser, meus cidadãos,
mil seres juntos, ter mil corações,
hidra gentil – cabeça, tronco e mãos.
Porém sou pobre, sem nenhuns tostões,
vivo perdido em devaneios vãos,
e sem botinas, becas e botões,
como esses loucos que se crêem sãos.
E velho estou, cabeça toda em cãs,
como meus pais, avós, as minhas mães,
as utopias, ancestrais e vãs.
Talvez pudesse ser padeiro – pães –,
tecer mortalhas – panos – doutras lãs,
http://niltomaciel.blog.uol.com.br/arch2006-10-29_2006-11-04.html#2006_11-02_16_13_26-8105644-0
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