quinta-feira, 30 de setembro de 2010

REVISTA ACADÊMICA

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via blog CANTINHO DA DALINHA

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REVISTA ACADÊMICA



A Academia Ipuense de Letras Ciências e Artes (AILCA) dá um passo importante nessa sua caminhada rumo à cultura quando se propõe com eficiência a lançar seu primeiro livro tendo como temática a cidade de Ipu. Cidade que completou 170 anos de emancipação política e sem dúvidas, merece esse mimo por parte de filhos, amigos e admiradores que hoje fazem parte de uma mesma confraria, (AILCA)


Quero parabenizar pela iniciativa, os organizadores que literalmente colocaram a mão na massa: João Pereira Mourão, José Airton Pereira Soares e Sebastião Valdemir Mourão.


Agradeço ao Ricardo Aragão por ter indicado meu nome para a AILCA e sou grata aos membros desta academia que tão bem me acolheram.


Sinto-me feliz em participar deste primeiro projeto que deu luz a REVISTA ACADÊMICA onde membros da AILCA desfilam com suas prosas e versos em homenagem a bela cidade de Ipu.


O Lançamento acontecerá sábado dia 2, às 20 horas, no auditório da Bio Extratos na cidade de Ipu. Daqui do Rio de Janeiro, além de ficar na torcida, convido os amigos a participarem deste importante evento cultural.


Dalinha Catunda
Visite também: http://www.cordeldesaia.blogspot.com/
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domingo, 26 de setembro de 2010

A ESSÊNCIA DA PAQUERA

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Por Airton Soares

"A mulher mais honesta não resiste à tentação de parecer sedutora e, sem pensar em dar uma esperança, não desgosta de deixar um espinho."
Madame Émile Girardin
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Ei, Madame, sabe qual foi a frase quEu me lembrei...deixe eu pegar meu caderninho: pronto, é esta: "A essência da paquera reside entre a promessa da amizade colorida e a ausência desta garantia." ...do livro A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera.

Achei o bicho!

Cá pra nós, uma paqueradazinha, num restaurante [ sem o visto marital] é legal demais! Mas... chegue mais perto. Escute bem! As carícias oftálmicas tem de ser brandas, se não viram amizade dolorida. E na geografia do triângulo amoroso - as estatísticas comprovam - as camadas de risco e erosão são incomensuráveis.

Outra frase lida por aí - que achei pancada- e que de certa forma tem haver com aquelas: "Eu sempre gostei da minha mulher, no início porque ela era bonita e hoje porque a amo!"


Sabe - leitora - que o autor desta frase tem razão. Toda juventude é viçosa, é bonita e... no frigir dos ovos o sujeito [a] somente começa a amar a pessoa lá por fim... quando essa juventude se cansa de ser e os amantes já se veem com os olhos do coração.

E aí, o que você diz?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

SOU MESMO

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Por Cleody Virgínia da Silveira
[abracista]

imagem: via blog empório do café
Tenho um conflito inevitável entre o bem e o mal*. Essa luta interior me consome munida tanto de boas qualidades como de ruins. Sou capaz de fazer qualquer coisa além do que possa acreditar ou não. Diante de um perigo preservarei minha vida.

Posso bloquear pensamentos negativos e sustentar os positivos, mas sou frágil... porcelana japonesa. Procuro proteção. Recorro ao heroísmo. Quando na verdade me acovardo perante o medo, mas de repente a coragem volta, munida com autoadrenalina que bombeia meu sangue e faz-me agir.

Já senti o desejo de matar, fui guerreira, agi com maldade e menti tão bem que consegui enganar-me. Travo essa luta constantemente tentando ser alguém melhor para mostrar as pessoas algo que seja interessante, instrutivo e verdadeiro.

Faço autoanálise. Julgo-me. Inocento-me e às vezes fico em habeas-corpus.

Faço o que é certo, acho! E o que é preciso, mas julgo as pessoas, classifico e as renego. Desejei não existir. Hoje quero viver para sempre... uma águia. Certa vez senti-me tão pequena que se alguém soprasse em mim eu desapareceria.

Em outra ocasião eu estava tão enfurecida que seria capaz de matar um boi com uma facada. Sou também um animal que pensa estar agindo racionalmente. Imagino-me uma pilha: um lado energia positiva, do outro energia negativa. No meio, a neutralidade coordenando-me. Uma narcisista destrutiva do ínfimo ao infinito.

Concluo: Quem sou eu? Sou o que sou ou o que não sou? Ou sou como sou?
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* O bem e o mal e seus efeitos ontem e hoje. (Maniqueu-século III da EC-Pércia). Jesus Cristo travou uma guerra espiritual entre o bem e o mal, foi tentado três vezes por Satanás-século 29 a 33 da EC. Ex-presidente dos Estados Unidos, George Bush,expressou-se durante a destruição das Torres Gêmeas, assim: "Quem está conosco é do bem. Os maus são inimigos".
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

AGUENTA PATRIA AMADA!

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via blog Cantinho da Dalinha

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AGUENTA PÁTRIA AMADA!

Quem disse que meu país,
Hoje é independente?
A sua podre política
Deixa um rastro evidente
De lama e falcatrua
Dessa gente que atua
Numa política indecente.
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É com nojo que eu vejo
No rádio e na televisão.
No horário obrigatório,
O político e seu sermão.
Vestindo pele de cordeiro
Visando poder e dinheiro
Que lhe traz cada eleição.
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O brasileiro acovardado,
Vai sempre dizendo amém!
E para facção engajada
Sobra parte do roubo também.
E os que amam esta nação
Sofrem sem ver solução,
E nem sabe se ainda tem!
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Neste sete de setembro,
Com minha pena na mão.
Confesso morro de pena,
Do Brasil, minha nação!
Já não vejo a “brava gente”
Só espertos e indigentes,
E a pátria em degradação.

Texto:Dalinha Catunda
Foto:bragalia.blog.uol.com.br/
Visite também: www.cordeldesaia.blogspot.com

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Esquete NÃO ME DEIXES FORA DO QUINZE, estreia dia 17 na Bienal Internacional do livro



Direção: Eurico Bivar
Produção: Lúcia Medeiros
Realização: Abraço Literário (grupo Cresce) SESC- Fortaleza

Elenco: e/d - Sônia Nogueira, Inês Ramalho, Airton Soares, Eudismar Mendes. em pé ALQUE Airton Albuquerque)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

MOURÕES LANÇAM CONCURSO HISTÓRICO-LITERÁRIO MERCADO PÚBLICO FRANCISCO MOURÃO


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A família Mourão está lançando hoje, agora, em âmbito municipal, estadual e nacional, o “Concurso Histórico-Literário Mercado Público Francisco da Silva Mourão” (Chico Mourão), com a principal finalidade de constituir a história daquele único centro comercial com pareceres e elementos a partir da sua inauguração, até os dias de hoje, e com isso provar que ele é edificação que constitui o já pequeno e combalido Patrimônio Histórico do Ipu.

Desse concurso podem participar historiadores, memorialistas, professores, estudantes, acadêmicos da AILCA, afiliados da AFAI e público em geral de qualquer município ou estado da federação, que souberem ou possuírem arquivos históricos de seus familiares antepassados, ipuenses ou não.


REGULAMENTO DO CONCURSO ♥


CONCURSO HISTÓRICO-LITERÁRIO
“MERCADO PÚBLICO DE IPU - FRANCISCO DA SILVA MOURÃO
(CHICO MOURÃO) “

PÚBLICO-ALVO: estudantes, professores, historiadores, acadêmicos, afaienses e público em geral de todo o país, IPUENSE OU NÃO.

PREMIAÇÃO: 1° lugar: R$ 1.000,00 em espécie. Livros. Certificado. 2° lugar: R$ 200,00 em espécie. Livros. Certificado. 3° lugar: R$ 100,00 em livros. Certificado. TODO PARTICIPANTE, VENCEDOR OU NÃO, RECEBERÁ UM LIVRO DO JPMOURÃO ”IPU – DOS JORNAIS PARA O LIVRO”.

PROPOSTA DE REDAÇÃO: faça um relato sobre o mercado público de Ipu Chico Mourão, contendo o maior número de informações sobre o mesmo, escrevendo, no mínimo 15 linhas, manuscritas ou digitadas. Escreva em qualquer folha A4 ou em folha disponível na Livraria Companhia do Livro e entregue o relato na mesma livraria, na Rua Padre Mororó, 356, em frente à casa lotérica.

CRITÉRIOS PARA CORREÇÃO E PARTICIPAÇÃO:
a) Os critérios de correção das redações obedecerão aos seguintes moldes: 1. Cada (ideia) informação não repetida no texto sobre o mercado Chico Mourão valerá 10 pontos. 2. Para cada erro de escrita, gramática ou texto serão descontados 4 pontos.
b) Preencher ficha de inscrição no ato da entrega do relato até o dia 24 de abril 2010, às 12 horas, na Livraria Companhia do Livro ou pelo correio para Caixa Postal, 55 – Ipu, Ceará – CEP: 62.250-000, enviando seus dados pessoais com endereço e telefone.
c) Não cabe recurso da decisão da comissão. Os casos omissos serão decididos por representantes da Família de Chico Mourão.

DA DIVULGAÇÃO E DA ENTREGA DOS PRÊMIOS: A divulgação, a entrega dos prêmios e a entrega dos certificados serão divulgadas no site da AFAI, no Blog da AILCA, do jpMourão, do Airton Soares e na Livraria Companhia do Livro, até o dia 29 de maio de 2010, às 12h.


QUE O PROGRESSO DO IPU DE HOJE PRESERVE O IPÚ DE ONTEM

Fonte: blog do jPMourão

quarta-feira, 31 de março de 2010

AIRTON SOARES em "NÃO ME DEIXES FORA DO QUINZE"





ensaios do próximo trabalho
NÃO ME DEIXES FORA DO QUINZE
direção: Eurico Bivar

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SINOPSE

“NÃO ME DEIXES FORA DO QUINZE”

Um grupo de teatro se reúne para fazer a primeira leitura de um trabalho de RACHEL DE QUEIROZ: O QUINZE, para uma possível montagem.

O diretor dá as coordenadas, mas sugere que seja feita uma leitura linear.

Daí, nos intervalos da leitura, os atores vão extravasando os seus conflitos, suas vaidades, seus narcisismos, invejas, desinformação, ética, disciplina e generosidade. (Tais conflitos, surgem diante da identificação dos atores, com o perfil dos personagens de Rachel).

Clima tenso da leitura do QUINZE, e muito alegria, por conta do desfecho da metalinguagem dos atores e seu diretor.

NÃO ME DEIXES, é o nome da querida fazenda de RACHEL DE QUEIROZ, no sertão do QUIXADÁ. ( Dentro do texto, virou uma alusão à vaidade excessiva dos atores).

Eurico Bivar – Fortaleza – Janeiro de 2010


ELENCO

E/D - Sonogueira, Inês Ramalho, Eudismar Mendes, Alque, Airton Soares e Beth Albuquerque



Diretor: Eurico Bivar (agachado)


Dona Inácia I (Eudismar Mendes) Dona Inácia II ( Airton Soares )





















domingo, 14 de março de 2010

Ceia Literária e UBT presentes nos 88 anos de Fernando Câncio

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UM TIPO INESQUECÍVEL
Homenagem ao escritor Fernando Câncio
(por Carlos Roberto Vazconcelos)

Em nossas vidinhas tão efêmeras, conhecemos muitas pessoas. De todas as marcas, feitios e naturezas.

Lembro que as velhas e boas revistas Seleções traziam uma interessante coluna intitulada Meu Tipo Inesquecível. Eram testemunhos de vida, retratos de homens e mulheres que não passaram despercebidos por este mundo.

Luciano Jucá, da Ceia Literária e Fernando Câncio. 14/03/2010.

Eu também conheci um tipo inesquecível. Estava iniciando o curso de Letras, quando tomei conhecimento da existência de um grupo de escritores chamado Ceia Literária. Era tudo o que eu queria. Muito jovem, e vindo do interior, andava à procura do meu nicho, de um reduto de pessoas com quem pudesse compartilhar minhas afinidades literárias. O convite chegou em sala de aula, através do professor Valdemir Mourão, fundador do grupo, à época titular da cadeira de Lingüística na UECE.

Fernando Câncio (fundo da imagem) Gutemberg Liberato, presidente da UBT e Carlos Roberto Vazconcelos, da Ceia Literária. Fortaleza -14/03/2010.

Passei a frequentar as reuniões da Ceia Literária com assiduidade. Identifiquei-me de pronto com todos os membros do grupo, pessoas inteligentes, sensíveis e solidárias.

Um dos membros da Ceia Literária, em especial, muito me chamou a atenção, pela originalidade, espirituosidade e carisma: Fernando Câncio de Araújo, o velho mais jovial que conheci. Ainda hoje, do auge dos seus oitenta e sete anos, se o assunto é idade, responde sem hesitação:
O que importam meus cabelos brancos,
se minha alma ainda faz pipi na cama?

Imediatamente lembro outro poeta querido, Mário Quintana:
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:
Eu quero meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai...
Que envelheceu um dia, de repente!

Marina Fernandes, da Ceia Literária (organizadora do evento. Fortaleza, 14/03/2010

Antonio Carlos Villaça, no seu livro Os Saltimbancos da Porciúncula, assim descreve Quintana: Um velhote buliçoso, que não tinha pose, nenhuma afetação. Era todo leveza, espontaneidade, fluidez. Fernando Câncio também é assim.

Certa vez, saíamos de uma reunião da Ceia Literária, num edifício da rua Liberato Barroso. O elevador, lotado, o Fernando, gordo. Todos esquivos para não pisar um pé alheio e empenhados em manter a devida distância do patrimônio do outro. O poeta observou que alguém entrara por último, quase espremido pela porta. Lá embaixo, quando a bendita porta se abriu e acabou-se o sufoco, Fernando não se conteve e desferiu para riso geral:
O elevador é um dos poucos lugares onde se faz valer aquela lei de Deus: “Os últimos serão os primeiros.”

CEIA LITERÁRIA. 14/03/2010. Luciano Jucá e o prof. Felipe Filho não aparecem nesta foto. Chegaram depois...

Fernando cursou as “primeiras e únicas letras” (como faz questão de esclarecer), no Grupo Escolar da Fênix Caixeral. Na verdade, cursou até o 4° ano primário, mas considera-se autodidata. Aprendeu a ler e nunca mais quis se separar dos livros. Leu os grandes clássicos cearenses, brasileiros e estrangeiros. Escreveu inúmeros livros, alguns com títulos intencionalmente esdrúxulos e quilométricos (que nada têm a ver com o conteúdo), apenas para roubar a atenção do leitor: Os Sapos do Castelo de Montserrat ou As Aventuras de um Lagostim Daltônico. Foi durante muito tempo o gerente do Cine Art. Sucedeu-se por dezoito anos no cargo de presidente da UBT (União Brasileira de Trovadores) e se dependesse dos sócios permaneceria por mais dezoito. Marcou história no comando dessa agremiação. De todos os gêneros, o que mais lhe dá satisfação é a Trova, sendo ele um dos melhores destas terras, na arte dos quatro versos. Querem ver?

Saudades, marcas doridas
de um momento que passou
bandeirinhas coloridas
que o tempo nunca rasgou
ou
Era um poeta de mão cheia,
Hippie, cabelos revoltos...
Só poetava na cadeia,
Detestava versos soltos

Marina Fernandes e Fernando Câncio. 14/03/2010.

Fernando Câncio é também um exímio recitador. Uma vez no palco, contagia a platéia com o carisma e a desenvoltura de um mestre. Certo dia, comprovando a tese de que a criatura pode tornar-se independente do criador, criou Hortência, a amiguinha de infância transformada na mulher sonhada... Boquinha de forno...! Forno! Jacarandá! E Hortência virava lágrimas... de uma saudade perdida? de uma lembrança imaginada? É que o universo paralelo do artista é muito mais vasto do que a própria realidade.

Confessou-me um dia que nunca mais recitaria Hortência. A personagem havia crescido dentro dele, estava se exteriorizando, tomando conta de seu coração, fazendo-o chorar em público. Hortência passou a existir, definitivamente. Não mais nas páginas amareladas do livro, mas na lucidez de sua memória, como ser concreto, parte de seu passado, mulher de carne e osso.

Airton Soares da Ceia Literária e Fernando Câncio (Fortaleza, 14/03/2010)

Fernando Câncio é uma dessas raras pessoas a quem temos orgulho de conhecer. Sua grandeza está na simplicidade. Por isso, para falar sobre ele temos que usar palavras simples, despojadas de vaidade, mas carregadas de valor.

Algumas vezes fui visitá-lo, na rua Floriano Peixoto. Usufruí momentos de gratificante conversa. Dona Zilnah, sua falecida esposa, nos recebia sempre muito solícita. Uma tarde, saí rumo àquela rua. Não para visitar o Fernando, que o horário não era propício, mas apenas para levar-lhe umas guloseimas. A casa estava silenciosa e tristonha. Bati.

Ednardo Gadelha, da Ceia Literária e Fernando Câncio. 14/03/2010.

A secretária veio atender pelo muro do jardim. Contou-me que dona Zilnah já não estava mais entre nós. Senti o golpe. Desagradável surpresa. Eu estava a caminho de uma livraria, localizado na Aldeota. Dentro do carro, larguei-me a refletir sobre o mistério doloroso da morte e os sentimentos a que ela nos remete. Garimpando os livros, saltou-me aos olhos o Meu Nome é Saudade, de Fernando Câncio, que é dedicado justamente à Dona Zilnah. Quanta coincidência! Não poderia deixar de adquiri-lo, em sua 1ª edição, de 1979, com autógrafo do autor. Este mesmo que está repousando aqui ao meu lado.

Carlos Vazconcelos, da Ceia Literária e Fernando Câncio. 14/03/2010.

Para quem não sabe, Fernando Câncio também é pintor. Na parede do meu apartamento, tenho um óleo sobre tela, que ele fez especialmente para a capa da coletânea Ceia Maior, em comemoração aos dezoito anos do grupo Ceia Literária.

Fernando Câncio, você mora na minha estante, na minha parede e principalmente na minha memória. E não paga aluguel.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Pe. Antonio Vieira

Aniversariante do dia

António Vieira
António Vieira
Retrato do Padre António Vieira, de autor desconhecido do início do século XVIII.
Nascimento 6 de fevereiro de 1608
Lisboa
Morte 18 de Julho de 1697
Bahia
Nacionalidade Bandeira de Portugal português
Ocupação religioso, escritor e orador

fonte: Wikipédia
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Pecados corporativos

Os problemas de escrita nas empresas que podem tornar a comunicação profissional um inferno

Lígia Velozo Crispino

A comunicação é um ato diário e constante, que faz a diferença entre o sucesso e o fracasso de relações profissionais, pessoais e familiares. No entanto, muitas pessoas preferem transferir o problema ao leitor ou interlocutor, afirmando que ele não é capaz de entender a sua mensagem. Nunca param para analisar que a limitação pode estar na maneira como se expressam.

Para eliminar essa barreira comportamental rumo ao sucesso na comunicação, temos de deixar de lado a postura egoísta que registramos na infância. Ainda bebês, mesmo com muita dificuldade, limitações e erros, nossos pais e familiares conseguem nos entender, passando a falsa imagem de que é fácil sermos entendidos e não há necessidade de nos esforçarmos.

No mundo corporativo, há anos já não existe mais a figura da secretária de departamento responsável pela elaboração e revisão de comunicados, apresentações e relatórios. Na era do conhecimento e da internet, em que qualquer funcionário escreve e-mails para toda a empresa, fornecedores e clientes, e não raro escreve em nome da empresa, a exigência da comunicação eficiente em português tornou-se fundamental.

O e-mail se consolidou como uma ferramenta de comunicação corporativa, mas também é um documento que, na maioria das empresas, ficará arquivado por muito tempo, um registro de erros. Por isso, é preciso que as pessoas dediquem uma especial atenção a essa modalidade de interação.

Domínio
Por isso, a segunda e a mais importante barreira é o bom domínio do português,
que envolve:

VOCABULÁRIO - Pesquisas, como a realizada pela Johnson O'Connor Research Foundation, Paul Nation e Harvard Business School, revelam que a ascensão profissional nos Estados Unidos está diretamente ligada à quantidade de vocabulário que o profissional domina.

A quantidade mostra-se uma qualidade: quanto mais palavras houver em seu repertório, mais apto o profissional estará para desempenhar um cargo hierarquicamente superior, uma vez que sua comunicação será mais segura e desenvolta. Uma das principais competências de quem exerce posição de liderança é uma ótima comunicação.

GRAMÁTICA - É o meio pelo qual estruturamos nossos pensamentos. É o conjunto de regras que permite a relação harmônica e coerente entre as palavras.

ORTOGRAFIA - Mesmo com o corretor ortográfico, há erros que não são detectados. Não confie cegamente em corretores eletrônicos. A ortografia é um dos componentes mais desafiadores da comunicação escrita em português.

PONTUAÇÃO - Responsável pela clareza dos textos. Se não for utilizada corretamente, haverá, fatalmente, problemas de compreensão.

ACENTUAÇÃO - Erros também podem ser detectados pelo corretor, mas, além de ele não ser totalmente confiável, é necessário ter uma versão atualizada, por conta das novas regras da reforma ortográfica. Muitas delas são relacionadas a regras de acentuação.

Os erros de linguagem se enquadram em duas esferas: forma e conteúdo. O conteúdo abrange questões de qualidade do texto, como a escolha das palavras (que devem ser adequadas ao público e ao objetivo do texto), coerência, coesão, clareza e objetividade. Já a forma diz respeito à ortografia e a uma pontuação que facilite a leitura e o entendimento do texto, ou seja, que facilite a comunicação.

Tom
Na comunicação escrita, as pessoas que leem a mensagem poderão dar a entonação que quiserem. Tudo dependerá de seu humor no momento da leitura e também do relacionamento que se tem com o responsável pela redação do texto. Como não há um contato visual, não há como explicar uma frase ambígua, esclarecer dúvidas.

A imprecisão de mensagens pode gerar retrabalho, uma vez que serão necessárias várias trocas de e-mails para buscar esclarecimentos, o que pode afetar a produtividade. Sem falar em questões maiores, como prejuízos sérios para a imagem das marcas.

Mudança
As empresas estão, cada vez mais, buscando aperfeiçoar e integrar suas equipes através de treinamentos. Porém, os profissionais precisam atentar para o fato de que são eles os responsáveis por seu aprimoramento e empregabilidade.
Há problemas clássicos de língua portuguesa que prejudicam a comunicação de um profissional dentro da empresa, que estão enumerados nestas páginas como os 7 pecados da escrita corporativa.

A língua é viva e está em constante mudança. Estudar português é um eterno desafio. Metade das suas chances de conseguir uma promoção ou de ser o escolhido em um processo seletivo está concentrada nas habilidades comunicativas que você possui, daí a importância de desenvolvê-las.

Você está buscando a excelência na comunicação? Se não estiver, aproveite o início do ano para definir quais ações colocará em prática em 2010. Boa sorte.

Os polêmicos "haver" e fazer"

Alguns dos mais frequentes equívocos da comunicação empresarial

Os verbos "haver" e "fazer" são responsáveis por muitos erros. No sentido de "existir" e "ocorrer", ambos são impessoais, ou

seja, não devem ser flexionados quando empregados para indicar tempo passado ou fenômeno meteorológico.

Equivocado
houveram fatos inusitados na reunião.
Houveram muitas chuvas
no mês de novembro.
Haviam muitas pessoas na palestra.
Fazem quatro meses que trabalho aqui.
Fazem anos que não a vejo.

Correto
Houve fatos inusitados na reunião.
Houve muitas chuvas
no mês de novembro.
Havia muitas pessoas na palestra.
Faz quatro meses que trabalho aqui.
Faz anos que não a vejo.


Males da crase

Pequenos cuidados evitam grandes constrangimentos

Não existe crase antes de verbos, de palavras masculinas; quando usamos apenas a preposição antes de palavras femininas no plural; entre palavras repetidas e antes de pronomes pessoais.

  • Ocorre a crase sempre que, ao substituir a palavra feminina por uma masculina, parece a combinação ao.
    "Amanhã iremos ao colégio." = "Amanhã iremos à escola."

  • Há uma fórmula mnemônica, ou seja, que ajuda a nossa memória a utilizar a crase.
  • Se vou a e volto da, crase há.
    Exemplo: "Se vou à biblioteca e volto da biblioteca."
    Se vou a e volto de, crase pra quê?
    Exemplo: "Se vou a Goiânia e volto de Goiânia."

  • Usa-se o acento grave sobre o a quando ele equivale
    a para a, na, pela, com a.
    "Ofereci ajuda à coordenadora." = "Ofereci ajuda para a coordenadora."
    Mas: "Ofereci ajuda a ela." = "Ofereci ajuda para ela."

  • A crase é utilizada quando a preposição a vier antes
    de aquele e aquilo, mesmo sendo palavras masculinas.
    A crase é facultativa antes de pronomes possessivos
    e nomes próprios femininos.


Planeje o que vai escrever

  • Planeje antes de sair escrevendo. A construção dos pensamentos se dá de forma inconsciente, involuntária e muito rápida.

  • Mais importante que ser objetivo é ter objetivos. Toda reunião, apresentação, comunicado, e-mail, enfim, toda comunicação em um ambiente profissional deve ter objetivos claros a serem expressos. Para isso, é fundamental planejar cada situação, pensando quais são os pontos que devem ser essencialmente comunicados, qual é a melhor maneira de apresentá-los, quais argumentos os justificam, qual o conhecimento dos envolvidos sobre o assunto, que nível de formalidade usar.

  • Por exemplo, uma apresentação sobre um produto deve ser moldada de acordo com seus ouvintes: deve ser de um modo quando feita para vendedores, e de outro, quando feita para uma equipe de técnicos. Cada grupo tem seu interesse e seu foco em um assunto. Isso deve ser considerado sempre.

    Economia expressiva
  • Use frases e parágrafos curtos. O número de mensagens que recebemos por dia é elevado e, se as suas mensagens são longas, a chance de que elas sejam lidas na íntegra é mínima. Outra técnica que facilita a leitura é transformar parte do texto em itens.

  • Evite o uso de abreviações e muitos estrangeirismos.

  • Evite palavras de difícil compreensão ou pouco utilizadas. Cuidado para não passar o ar de soberba.

  • Seja direto, claro e simples e mantenha o foco no tema proposto. Não descreva todo um cenário para só no final da mensagem dizer o que é mais relevante.

    Para não repetir palavras
  • Revise seus textos: quando a comunicação é por escrito, seja em e-mails ou em memorandos, é preciso considerar que a linguagem escrita é bem diferente da linguagem oral. Nós não escrevemos como falamos em textos corporativos. A linguagem precisa ser mais clara e correta, pois não permite correções no momento da leitura, como ocorre com a fala. Tendo isso em mente, é fundamental ler e reler seus textos antes de enviá-los. A revisão atenta de um texto elimina grande parte dos problemas de concordância e de dupla interpretação. Cuidado também com os erros de digitação. Pense em que imagem você está passando como profissional.

Intensifique a leitura

Volte a estudar. Há muitos cursos de reciclagem em português, que focam em aprimoramento em comunicação oral e escrita. Não são cursos que se preocupam em revisar regras, mas melhorar a qualidade da comunicação através da prática.
A solução para um domínio amplo de vocabulário está na leitura. Quer crescer profissionalmente? Então, leia revistas, jornais, livros de ficção, não-ficção, como as biografias. Leia textos técnicos de sua área, mas grandes clássicos também.

Uma dica: se você acredita que falta tempo para a leitura, carregue sempre um livro. Haverá, com certeza, uma oportunidade no ônibus, no trânsito, na sala de espera do médico ou até mesmo naqueles minutinhos após o almoço. A leitura proporciona a aquisição de conhecimentos variados, economiza tempo em relação às técnicas de aprendizagem consciente da língua e acelera o conteúdo visto em cursos.
Duas dicas para melhorar sua leitura:
1. Ao encontrar alguma palavra desconhecida ou que esteja sendo empregada com uso diferente daquele com o qual você está acostumado, quando der, vá até o dicionário mais próximo e sane suas dúvidas.

2. Arrisque-se, escrevendo algumas frases simples com a utilização dessa nova palavra ou de seu significado. Quanto mais você a utilizar, mais chances terá de que ela faça, definitivamente, parte de seu vocabulário.


Conjugação de irregulares e subjuntivo

Há verbos a que é preciso ficar atento, como: por, compor, propor, poder, trazer, fazer, dizer, querer, ver, vir, ir, ter, manter, conter.

Equivocado
Se eu o ver, darei o recado.
Se ele manter o acordo, teremos ótimos resultados.
Quando eles proporem o valor, nós decidiremos se compraremos o equipamento.

Correto
Se o vir, darei o recado
Se ele mantiver o acordo, teremos ótimos resultados.
Quando eles propuserem o valor, nós decidiremos se compraremos o equipamento.


Concordância complexa

Há dificuldade quando se concorda o sujeito com o verbo em frases invertidas ou em que o sujeito fica distante do verbo

Equivocado
Aconteceu muitos casos de reclamação de clientes.
Segue os documentos necessários para o cadastro.
Os produtos da empresa não contém prazo de validade.
Foi feito várias propostas.
Ocorreu nos meses de agosto e setembro sérias crises econômicas.
Vai aparecer mais candidatos à vaga.
Fica estabelecido as seguintes alterações.

Correto
Aconteceram muitos casos de reclamação de clientes.
Seguem os documentos necessários para o cadastro.
Os produtos da empresa não contêm prazo de validade.
Foram feitas várias propostas.
Ocorreram nos meses de agosto e setembro sérias crises econômicas.
Vão aparecer mais candidatos à vaga.
Ficam estabelecidas as seguintes alterações.


Repetição de palavras, falta de clareza

Quando a pessoa tem um vocabulário limitado, tenderá a repetir palavras; por isso, é importante reler o que se escreve e trocar o termo por sinônimos.


Tropeços de pontuação

Há alguns erros que são mais graves e exigem cuidado redobrado

Problema
separar o sujeito do verbo com vírgula
Separar o verbo dos objetos direto e indireto com vírgula
Frases longas e com pouca pontuação

Exemplo com equívoco
foram apresentadas na última reunião, duas soluções para este problema.
Nós obedecemos incondicionalmente, ao código de conduta da empresa.
A timidez ao falar inglês é caracterizada por um bloqueio que impede que informações sejam expressas principalmente em um grupo de pessoas ou de estudos, ela funciona como um sinal de autocrítica elevada que atua como um filtro capaz de avaliar se nossas atitudes estão de acordo com nossos valores. É preciso deixar claro que não há problema algum em ser introvertido! O problema da timidez só existe quando passa a ser um fator limitante de sua comunicação pessoal ou corporativa.

Correção
"Foram apresentadas, na última reunião, duas soluções para este problema". Ou: "Foram apresentadas na última reunião duas soluções para este problema."

"Nós obedecemos, incondicionalmente, ao código de conduta da empresa." Ou: "Nós obedecemos incondicionalmente ao código de conduta da empresa."

A timidez ao falar inglês é caracterizada por um bloqueio que impede que informações sejam expressas, principalmente em um grupo de pessoas ou de estudos. Ela funciona como um sinal de autocrítica elevada, que atua como um filtro, capaz de avaliar se nossas atitudes estão de acordo com nossos valores. É preciso deixar claro que não há problema algum em ser introvertido!

O problema da timidez só existe quando passa a ser um fator limitante de sua comunicação pessoal ou corporativa.

Lígia Velozo Crispino é professora de português e uma das proprietárias da Companhia de Idiomas, empresa especializada em tradução, consultoria e ensino de idiomas em São Paulo

Fonte: revista LÍNGUA PORTUGUESA

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Quase-elegia para o Poeta Mário Gomes - Carlos Roberto Vazconcelos

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Quase-elegia para o Poeta Mário Gomes


Carlos Roberto VaZconcelos

Mário, velho marinheiro,
tua nau perdida
na tempestade
e tantos versos extraviados;
tu resistindo
entre procelas
feito um camões vencendo a nado.
Mas a cidade, sem piedade,
quer te engolir:
Cuidado, Mário!
Serás poeta, santo, bandido
ou simplesmente um afogado.

Pobre fidalgo
da velha praça (teu escritório).
Quando te vejo ultrajado,
entre a bigorna e o malho,
tenho certeza que tua fúria
divide o mundo em duas raças:
os que te sabem poeta
os que te julgam espantalho
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Créditos para o blog ESCRITORES - ACE (Associação dos Escritores do Ceará )
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Valdir Santiago, poeta-vigilante


O POETA ENTRE PACOTES E CARRINHOS DO SUPERMERCADO

Créditos para o blog do Dr. Mourão


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"Conheci o Valdir Santiago na Reitoria da Universidade Federal do Ceará. Era vigilante e conversava bem… E, como prestei atenção, ele logo mostrou uns versos que compunha na madrugada. Dizia ele: “os pássaros começam a chegar ao frescor da manhã que se inicia.”
A sensibilidade do escritor não deixava passar aqueles momentos. Registrava em métrica e rimas. Os homens dos gabinetes nem supunham que debaixo daquela farda azul, habitava um poeta.


Falou-me de sua saga em querer ser gente pelo caminho dos estudos. Não conseguiu muito, agora investia nos filhos. Queria vê-los doutores. Quanto a ele, apenas a vontade de um dia publicar um modesto livro. Depois perdi o Valdir de vista. Ele não sabia meu nome, nem quem eu era. E eu, muito menos, quem era aquele vigilante metido a poeta.


Mas o destino apronta surpresas. Um dia eu estava no Pão de Açúcar do Náutico. Escuto um “com licença doutor!”. “Agora estou por aqui. Deixei a Reitoria.” Nem foi preciso eu perguntar pelas poesias. Foi logo metendo a mão no bolso e puxando umas folhas rabiscadas. Eram novos poemas, a sua produção mais recente. E o sonho firme de um dia publicar um livro.


Passados alguns meses, foi o que aconteceu. Valdir veio entregar-me o convite especial de lançamento, feito no Clube Náutico. Com família, televisão e tudo que tinha direito. Momento ímpar de sua vida. Confessou-me depois.


Então, virou rotina o Valdir pegar os pacotes de compras, conversar com os clientes do Supermercado e, se for do gosto do freguês, vende um dos seus livros. Na farda, ele fez um bolso especial onde coloca os exemplares e sai oferecendo. Uma batalha diária… e com certeza, não é o dinheiro que mais o motiva.


O que faz um ser popular, quase anônimo, ter essa paixão tão intensa pelos livros? Por que essa vocação tão extremamente convicta, com prática diária e soberba devoção?
Acredito que Valdir Santiago foi escolhido pelos deuses da lira, da prosa, do escrever. Esses deuses, tão exigentes, querem a dedicação integral de seu súdito. E a recompensa? São muitas. São várias. São infinitas.


Vocês precisam ver o Valdir Santiago falando dos seus livros. Vocês precisam entender o que é encantamento. Ou se ouso dizer, possessão.


Sim. É isso aí… Valdir Santiago foi fisgado pelos deuses das letras e não querem largá-lo. Aí ele vira uma pessoa diferente. Um ente sensível que sabe extrair beleza do seu duro cotidiano.
Um caminheiro das letras e das estrelas. Poeta."

Texto de Antonio Mourão Cavalcante

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Prêmio literário Casa de Las Américas

NÉLIDA PIÑON VENCE PRÊMIO CASA DE LAS AMERICASFolha Online - 30.01.2010 - A escritora Nélida Piñon venceu o prêmio literário Casa de las Americas, na categoria literatura brasileira, pelo livro de ensaios "O Aprendiz de Homero" (Editora Record). O anúncio foi feito na manhã de ontem. A obra reúne 24 ensaios da autora dos últimos cinco anos e expõe as referências literárias de Piñon, como leitora e escritora. O livro é seu primeiro desde "Vozes do Deserto", de 2005, quando a autora venceu o Prêmio Jabuti, nas categorias romance e livro do Ano. Nélida Piñon foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras. Fonte: Amigos do Livro.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Apego

(...)
Numa palestra outro dia um bombeiro disse que as pessoas que sobrevivem a um incêndio, a um naufrágio ou a alguma outra tragédia sempre tinham motivos para voltar para casa. Talvez sobreviver tenha mesmo uma relação direta com apego, com saudade ou com um senso de fazer parte de algo. (...)

Esta crônica vai mexer muito com você. Duvide e acesse:


http://literbra.blogspot.com/2010/01/desapego-saudade-blog-do-duilio.html

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Texto singelo / enviado por Roberto Vazconcelos

Encontrei este texto (em anexo) por acaso na internet, num blogue intitulado M de Mulher
Lembrei da Lúcia Crisóstomo, da Medeirinha, da Inês, da Eudismar, da Marina, da Cris, da Aglaís, enfim, de todas vocês...
bjs
CR

Gente, estou num daqueles dias em que o passado vem me visitar. Como diz Paulinho da Viola: "Eu não vivo do passado, o passado é que mora em mim". São experiências que vivi, agradáveis ou não. Negá-las é impossível -- é mentir pra si mesma! Bateu uma saudade danada dos bailinhos de improviso na casa de colegas da rua...

O que me trouxe essa lembrança foi o casamento de Aninha (Juliana Boller) com Ricardo (Guilherme Berenguer), em Paraíso. A palavra certa para definir a festa caiu em desuso, mas não consigo arranjar outra: singela. Tudo muito simples, sem malícia, tão transparente... A leitora pode não acreditar que um dia foi assim, mas eu juro que é verdade!

Jogávamos peteca na rua (valha-me Deus), 15 ou 20 moças e moços. Olhando para trás, agora, percebo como éramos inocentes. Não se trata de idealizar o passado -- era assim mesmo. Quando queríamos dançar, afastávamos os móveis da sala, ligávamos o toca-discos (valha-me Deus outra vez!) e passávamos horas ali. Não tínhamos vergonha de nossos pais, como hoje os moços têm.

Hoje, os pais nem podem participar das brincadeiras dos filhos. Nossos pais entravam na dança, o ritmo era o mesmo deles: samba, bolero, valsa. Não escondiámos nada. Ninguém bebia, a não ser limonada. Drogas? Nem sabíamos da existência. Sexo? Tá louca? Muitos casamentos saíram de bailinhos iguais ao da Aninha -- simples, verdadeiros. O mundo era nossa rua!

Lá, conheci o primeiro homem da minha vida. Mas eu era a única inquieta, como a ovelha que abandona o rebanho. Eu queria ver o mundo lá fora. Fui, deixei o amor sereno em busca de um sonho. Consegui, mas até hoje não sei se valeu a pena. Não ligue, cara leitora, é um ataque de saudade... só isso.

Xênia

Morre o escritor J. D. Salinger aos 91 anos

folha Online, 28/01/2010


O escritor J.D. Salinger morreu aos 91 anos, "de causas naturais", em sua casa em New Hampshire, nos EUA.

Recluso havia muitos anos, o escritor não dava entrevistas desde 1980 nem se deixava fotografar.

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O seu livro mais conhecido, "O Apanhador no Campo de Centeio", foi lançado em 1951, quando ele tinha 32 anos.

Reprodução
Escritor J. D. Salinger, de "O Apanhador no Campo de Centeio", aos 44 anos
Escritor J. D. Salinger, de "O Apanhador no Campo de Centeio", aos 44 anos

O personagem principal do livro, o adolescente Holden Caufield, se tornou símbolo da geração de jovens do pós-guerra.

A obra foi um sucesso mundial, e vendeu mais de 60 milhões de cópias em todo o globo.

O anúncio da morte foi feito pelo filho do autor, a partir de um comunicado emitido pelo representante literário de Salinger, nesta quinta-feira.

Quatro décadas sem publicar

Jerome David Salinger completou 91 anos no último dia 1º. Ele estava sem publicar um trabalho havia mais de quatro décadas.

"Amo escrever", disse Salinger em 1974, em uma de suas raras entrevistas, ao jornal "The New York Times". "Mas, só escrevo para mim mesmo e para o meu prazer."

O último trabalho literário publicado assinado por ele foi "Hapworth 16, 1924", em junho de 1965.

O autor, filho de um judeu importador de queijos kosher e de uma escocesa-irlandesa que se converteu ao judaísmo, cresceu em um apartamento da Park Avenue, em Manhattan, estudou durante três anos na Academia Militar de Valley Forge e em 1939, pouco antes de ser enviado à guerra, estudou contos na Universidade de Columbia.

Durante a Segunda Guerra Mundial ele se alistou na infantaria, e esteve envolvido com a invasão da Normandia. Os companheiros de exército de Salinger o consideravam corajoso, um verdadeiro herói.


Reprodução
J.D. Salinger na capa da "Time" em setembro de 1961
J.D. Salinger na capa da "Time" em setembro de 1961

Em relação a outros escritores, Salinger classificou Ernest Hemingway (1899-1961), que conheceu em Paris, e John Steinbeck (1902-1968) como de segunda categoria, mas expressou sua admiração por Herman Melville (1819-1891).

Em 1945, Salinger casou-se com uma médica francesa chamada Sylvia, de quem se divorciou e, em 1955, casou-se com Claire Douglas, união que também terminou em divórcio em 1967, quando se acentuou a reclusão do escritor em seu mundo privado e seu interesse pelo budismo zen.

Salinger namorou durante algum tempo, na década de 1980, a atriz Elaine Joyce, e no final daquela década se casou com a enfermeira Colleen O'Neill, 45 anos mais jovem que o autor. Pouco se sabe sobre a vida conjugal do casal, pois Colleen adotou o código de silêncio de seu marido, e não concedia entrevistas.

Os primeiros contos de Salinger foram publicados em revistas como "Story", "Saturday Evening Post", "Esquire" e "The New Yorker" na década de 1940, e o primeiro romance "O Apanhador no Campo de Centeio" transformou-se imediatamente em sucesso e lhe consagrou aos olhos da crítica internacional.

Os outros livros dele editados no Brasil são as coleções de contos "Nove Estórias" e "Franny & Zooey" e dois pequenos romances reunidos em "Carpinteiros, Levantai Bem Alto a Cumeeira; Seymour - Uma Introdução".

Muitas das histórias reunidas nessas obras tem como personagens centrais a família Glass, cujos filhos foram crianças prodígios e os pais, artistas.

Nilto Maciel - Baturité - Ce / 1945 -

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NEM SEI DOMAR MEUS PRÓPRIOS CÃES


Para imitar o imortal Camões,

precisaria ser, meus cidadãos,

mil seres juntos, ter mil corações,

hidra gentil – cabeça, tronco e mãos.


Porém sou pobre, sem nenhuns tostões,

vivo perdido em devaneios vãos,

e sem botinas, becas e botões,

como esses loucos que se crêem sãos.


E velho estou, cabeça toda em cãs,

como meus pais, avós, as minhas mães,

as utopias, ancestrais e vãs.


Talvez pudesse ser padeiro – pães –,

tecer mortalhas – panos – doutras lãs,

porém domar nem sei meus próprios cães.

http://niltomaciel.blog.uol.com.br/arch2006-10-29_2006-11-04.html#2006_11-02_16_13_26-8105644-0