quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Texto singelo / enviado por Roberto Vazconcelos

Encontrei este texto (em anexo) por acaso na internet, num blogue intitulado M de Mulher
Lembrei da Lúcia Crisóstomo, da Medeirinha, da Inês, da Eudismar, da Marina, da Cris, da Aglaís, enfim, de todas vocês...
bjs
CR

Gente, estou num daqueles dias em que o passado vem me visitar. Como diz Paulinho da Viola: "Eu não vivo do passado, o passado é que mora em mim". São experiências que vivi, agradáveis ou não. Negá-las é impossível -- é mentir pra si mesma! Bateu uma saudade danada dos bailinhos de improviso na casa de colegas da rua...

O que me trouxe essa lembrança foi o casamento de Aninha (Juliana Boller) com Ricardo (Guilherme Berenguer), em Paraíso. A palavra certa para definir a festa caiu em desuso, mas não consigo arranjar outra: singela. Tudo muito simples, sem malícia, tão transparente... A leitora pode não acreditar que um dia foi assim, mas eu juro que é verdade!

Jogávamos peteca na rua (valha-me Deus), 15 ou 20 moças e moços. Olhando para trás, agora, percebo como éramos inocentes. Não se trata de idealizar o passado -- era assim mesmo. Quando queríamos dançar, afastávamos os móveis da sala, ligávamos o toca-discos (valha-me Deus outra vez!) e passávamos horas ali. Não tínhamos vergonha de nossos pais, como hoje os moços têm.

Hoje, os pais nem podem participar das brincadeiras dos filhos. Nossos pais entravam na dança, o ritmo era o mesmo deles: samba, bolero, valsa. Não escondiámos nada. Ninguém bebia, a não ser limonada. Drogas? Nem sabíamos da existência. Sexo? Tá louca? Muitos casamentos saíram de bailinhos iguais ao da Aninha -- simples, verdadeiros. O mundo era nossa rua!

Lá, conheci o primeiro homem da minha vida. Mas eu era a única inquieta, como a ovelha que abandona o rebanho. Eu queria ver o mundo lá fora. Fui, deixei o amor sereno em busca de um sonho. Consegui, mas até hoje não sei se valeu a pena. Não ligue, cara leitora, é um ataque de saudade... só isso.

Xênia

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