quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CORDEL - Ceará em Belo Horizonte

Poetas divulgam cultura do cordel

Clique para Ampliar

Josenir Lacerda e Edésio Batista são coautores do livro "Segredo", com contos, crônicas e cordéis
Foto: ANTÔNIO VICELMO

Diário do Nordeste - Regional - 12/11/2009

Crato. Os poetas cratenses Edésio Batista e Josenir Lacerda participaram da 7ª edição do Projeto Livro de Graça na Praça, realizado na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, como coautores do livro "SEGREDO", que reúne contos, crônicas e cordéis de 18 escritores e poetas de vários Estados do Brasil. Edésio escreveu o cordel "Uma História Curiosa", enquanto Josenir contou "O Segredo de Marina".

Além dos dois cordéis, o Crato se fez presente com o lançamento do cordel, em Braille, "Do selo lambido ao ponto com", de autoria do professor Ulisses Germano Leite Rolim em parceria com o idealizador do projeto "Livro na Praça", José Mauro da Costa. A obra foi patrocinada pelo Instituto Benjamin Constant para marcar a comemoração dos 200 anos do alfabeto Braille.

Este ano, o projeto promoveu quatro lançamentos: "Segredo", para o público adulto; "Descobri!", dirigido ao público infanto-juvenil; e os cordéis "Do Selo Lambido ao Ponto Com" e "Corpo de Bombeiros". A corporação prestigiou o acontecimento com a presença de sua banda de música. O evento é uma das principais atrações da agenda cultural da capital mineira.

Mais Informações:
Academia dos Cordelistas do Crato
Praça Cel. Filemon Teles, S/N
(88) 3523.3947
(88) 3523.4442

CUIDE BEM DO SEU JARDIM


Por Airton Soares

- - - - -- - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - -
Um livro pode ser nosso sem nos pertencer.
Só um livro lido nos pertence realmente.
= = = = = = = = = = = = = = = = = =
Eno Teodoro Wanke


Ao ler a frase acima [ Meditem o que eles disseram. - jP – LV 041109 ], incontinenti, lembrei-me desta: “QUANDO MAIS ALGUÉM CUIDA DE SEU JARDIM , MENOS ELE LHE PERTENCE.”

Só há sentimento de pertença se houver a prática do conhecer. Ter conhecimento é saber que a “coisa” meramente... existe. Conhecer é diferente: é saber porque essa “coisa” existe e extrair dela novas experiências de “jardinagem”.

Quanto mais a “empregada” [ tecnologia!] cuidar sozinha da nossa morada, maior será a distância de nós mesmos.

É verdade que os objetos, e as ferramentas que nos cercam são a extensão do nosso corpo e, como tal, impregnada de apego e simbologia, no entanto, não dê vida a essa extensão. Dê-lhe sentido!

Plantemos com sabedoria o grão do conhecimento.

Jardinemo-nos enquanto o sol brilha. A noite é longa!

sábado, 7 de novembro de 2009

Ramirez Gurgel comenta crônica UM TIPO INESQUECÍVEL, de Vazconcelos

Caro Carlos,

A Literatura nos fornece emoções tão diversificadas quanto as digitais de nossa espécie. É inesgotável fonte de acesso às coisas simples e corriqueiras, e ao subterrâneo de nossa consciência. Georges Bataille diz que, “[...] sendo inorgânica, a literatura é irresponsável. Nada pesa sobre ela. Pode dizer tudo.”. Podemos, então, argumentar em favor de uma literatura engajada. Uma literatura que priorize a transformação positiva da sociedade.

Uma transformação que se oriente por algo semelhante à “transmutação de todos os valores”, de que tanto nos fala Nietzsche (apesar de ser um anti-revolucionário, me afino com suas palavras).

No entanto, mais importante que saber qual deva ser o caminho que a Literatura deve trilhar, é saber que ela é pode e deve trilhar todos os caminhos.

Ela pode ser livre ou engajada.

Ela pode tudo!

Pode falar de coisas etéreas, feito o fato de ser “[...] o universo paralelo do artista [...] muito mais vasto do que a própria realidade.”, e emocionar com palavras dóceis de carinho e respeito, como: “[...] você mora na minha estante, na minha parede e principalmente na minha memória e no meu coração.”. Parabéns pela sensibilidade!

Abraço,

Ramirez Gurgel"
- - - - -

Clique AQUI e leia a crônica UM TIPO INESQUECÍVEL (Homenagem ao escritor Fernando Câncio, de autoria de Carlos Roberto Vazconcelos. )

fiapos de CONVERSAS

Por Airton Soares

::: ANSELMO DA ARTE – 89 anos aqui.Anselmo Duarte / foto UOL

• `palma´ pra ele!
• chegada: 21/04/1920
• partida: 07/11/2009

Anselmo Duarte foi o único cineasta brasileiro a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1962, por "O PAGADOR DE PROMESSAS". Baseado no texto teatral de Dias Gomes.


::: CORDA NO PESCOÇO

Estrangeiros colocam a corda no pescoço brasileiro, e quem tem que agir finge não ver. “Cegos” não veem mesmo... Olhe esta manchete: Estrangeiros avançam no álcool brasileiro. Multinacionais adquirem grandes usinas do setor sucroenergético e já têm 20% da produção nacional. Quando abrirmos os olhos... [ Luiz Carlos Prates- Diário Catarinense - 051109 ]

::: ESPERTEZA

“E não adianta falar mal dos políticos se não fazemos a nossa parte. O recado de hoje vai para os taxistas, não todos, claro, mas os que arredondam o valor da corrida a maior, ficando com o troco que por direito é do cliente. Afinal, não é certo o passageiro ter que discutir para ter seu troco correto.”

notAS: faço assim: quando percebo que o valor da corrida vai dar “quebrado”, desço uma ou duas quadras antes. Evito aborrecimento e... economizo!
.
.

Malandro é o pato, que já nasce com os dedos colados para não usar aliança"
Zeca pagodinho [ Hoje no DN, coluna É do Neno Cavalcante ]

::: CAFÉ e FILOSOFIA

Gratuito! Vagas limitadas! ::: Todas as quintas de novembro, debates e leitura crítica da realidade sob a luz da filosofia com professores e filósofos especialistas.

notAS:
• Aqui você tem a oportunidade de debater a filosofia prática do dia-a-dia;

• Os professores estão orientados para nos repassar conceitos filosóficos sem muito teor acadêmico;

• Recomendo!

12/11
Próximo tema: "O MUNDO COMO VONTADE E REPRESENTAÇÃO - O belo e o medo em
Shopenhauer"

Com apresentação da Profa. Amanada Melo (Filósofa e Mestranda em
Filosofia - UECE).

No Auditório SESC Centro -1º ANDAR
Rua 24 de maio, 692 – Centro
Horário: 18h às 21h
Informações: 3455 2114 – 3455 2115

FORTALEZA- CEARÁ

- - - -
AS

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Tomate e o LICOPENO



TOMATES COZIDOS SÃO MAIS SAUDÁVEIS

Por Airton Soares

Se você ainda num sabe
Pois fique logo sabeno
Que o tomate bem cozido
Contém muito mais licopeno.

• O nível de licopeno aumenta em 35% depois que o tomate é cozido;
• A substância é conhecida por sua função antioxidante;
• Protege o corpo contra os danos causados pelos radicais livres;
• Age [a substância ] eficazmente na prevenção do câncer.

Já que o recado foi dado
Deixo aqui meu arremate
Use e abuse caro amigo
Das sopinhas de tomate.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

PRÊMIO JABUTI 2009

Moacyr Scliar, ganha o Prêmio Jabuti de Livro do Ano de 2009
UOL

Escritor gaúcho Moacyr Scliar recebe o troféu do Prêmio Jabuti de Livro do Ano de Ficção 2009, por "Manual da Paixão Solitária" (editora Cia das Letras)

"Manual da Paixão Solitária" (Cia. das Letras), de Moacyr Scliar, foi escolhido o Livro do Ano de Ficção no Prêmio Jabuti de 2009. O anúncio foi feito na noite desta quarta-feira (4), durante cerimônia na Sala São Paulo. A obra rendeu ao escritor também o prêmio na categoria romance.

O escritor gaúcho já havia recebido o Jabuti na categoria contos, com "O Olho Enigmático", em 1988, e na categoria melhor romance em 1993, por "Sonhos Tropicais".

A categoria Livro do Ano Não-Ficção da 51ª edição da premiação ficou com "Monteiro Lobato: Livro a Livro" (Editora Unesp/Imprensa Oficial), de Marisa Lajolo e João Luís Ceccantini.

O concurso distribui prêmios de R$ 3 mil para os primeiros lugares de cada categoria, além de R$ 6 mil para o primeiro lugar da categoria "Tradução de obra literária Francês-Português".

Os prêmios de Livro do Ano Ficção e Livro do Ano Não-Ficção pagam R$ 30 mil aos seus vencedores.

Durante o evento promovido pela Câmara Brasileira do Livro, foram entregues também os prêmios aos escolhidos nas outras 21 categorias do concurso, que elegeram "Canalha! - Crônicas", de Fabrício Carpinajar, o melhor livro de contos e crônicas, "Dois em Um", Alice Ruiz S., o melhor livro de poesia, "A Invenção do Mundo Pelo Deus-Curumim", de Braulio Tavares na categoria livro infantil, entre outros. A edição de 2009 do Jabuti recebeu a inscrição de 2.573 obras.

Veja a seguir a lista completa dos vencedores:


ROMANCE

1º lugar -"Manual da Paixão Solitária", Moacyr Scliar (Companhia das Letras)
2º lugar -"Orfãos do Eldorado", Milton Hatoum (Companhia das Letras)
3º lugar -"Cordilheira", Daniel Galera (Companhia das Letras)

CONTOS E CRÔNICAS

1º lugar -"Canalha! - crônicas", Fabricio Carpinejar (Editora Bertrand Brasil)
2º lugar -"Ostra feliz não faz pérola", Rubem Alves (Editora Planeta do Brasil)
3º lugar -"Os comes e bebes nos velórios das gerais e outras histórias", Déa Rodrigues da Cunha Rocha (Auana Editora)

REPORTAGEM

1º lugar -"O Livro Amarelo do Terminal", Vanessa Bárbara (Cosac Naify)
2º lugar -"O Sequestro dos Uruguaios - uma Reportagem dos Tempos da Ditadura", Luiz Cláudio Cunha (L&P Editores)
3º lugar -"1968 - o que Fizemos de Nós", Zuenir Ventura (Editora Planeta do Brasil)

POESIA

1º lugar -"Dois em um", Alice Ruiz S. (Editora Iluminuras)
2º lugar -"Antigos e soltos: poemas e prosas da pasta rosa", Instituto Moreira Salles (Instituto Moreira Salles)
3º lugar -"Cinemateca", Eucanaã Ferraz (Companhia das Letras)
3ºlugar - "Outros barulhos", Reynaldo Bessa (edição do autor)

INFANTIL

1º lugar - "A Invenção do Mundo Pelo Deus-Curumim", Braulio Tavares (Editora 34)
2º lugar -"No Risco do Caracol", Maria Valéria Rezende e Marlette Menezes (Autêntica Editora)
3º lugar - "Era Outra Vez um Gato Xadrez", Leticia Wierzchowski (Editora Record)

JUVENIL

1º lugar -"O fazedor de velhos", Rodrigo Lacerda (Cosac Naify)
2º lugar -"Cidade dos deitados", Heloisa Prieto (Cosac Naify)
3º lugar -"A distância das coisas", Flávio Carneiro (Edições SM)

ARQUITETURA E URBANISMO, FOTOGRAFIA, COMUNICAÇÃO E ARTES

1º lugar - "Coleção Princesa Isabel - Fotografia do Século XIX", Bia e Pedro Corrêa Lago (Capivara Editora)
2º lugar - "Árvores Notáveis - 200 Anos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro" (livro e guia de bolsa), Andréa Jakobsson Estúdio Editorial (Andréa Jakobsson Estúdio Editorial)
3º lugar - "Tarsila do Amaral", Lygia Eluf (Imprensa Oficial do Estado)

TEORIA/CRÍTICA LITERÁRIA

1º lugar -"Monteiro Lobato: Livro a Livro", Marisa Lajolo e João Luís Ceccantini (Editora Unesp / Imprensa Oficial)
2º lugar -"Pensamento e 'Lirismo Puro' na Poesia de Cecília Meireles", Leila V. B. Gouvêa (Editora Universidade de São Paulo)
3º lugar -"Literatura da Urgência Lima Barreto no Domínio da Loucura", Luciana Hidalgo (Annablume Editora)

PROJETO GRÁFICO

1º lugar -"Fazendas Mineiras", Marcelo Drummond & Marconi Drummond (Cemig)
2º lugar -"A História do Brazil de Frei Vicente de Salvador", Maria Lêda Oliveira (Versal Editores)
3º lugar -"Isay Weinfeld", Roberto Cipolla (Bei Editora)

ILUSTRAÇÃO DE LIVRO INFANTIL OU JUVENIL

1º lugar -"O Matador", Odilon Moraes (Editora Leitura) - BH
2º lugar -"De Passagem", Marcelo Cipis (Companhia das Letras)
3º lugar - "Alfabeto de Histórias", Gilles Eduar (Editora Ática)

CIÊNCIAS EXATAS, TECNOLOGIA E INFORMÁTICA

1º lugar - "Introdução à Quimica da Atmosfera - Ciência, Vida e Sobrevivência", Ervim Lenzi e Luzia Otilia Bortotti Favero (LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora)
2º lugar - "Fundamentos de Metrologia Científica e Industrial", Armando Albertazzi G. Jr. e André R. de Souza (Editora Manole)
3º lugar - "Mapa do Jogo", Lucia Santaella e Mirna Feitoza (Cengage Learning Edições)

EDUCAÇÃO, PSICOLOGIA E PSICANÁLISE

1º lugar -"A Voz e o Tempo", Roberto Gambini (Ateliê Editorial)
2º lugar -"Religiosidade e Psicoterapia", Claudia Bruscagin, Adriana Sávio, Fátima Fontes e Denise Mendes Gomes (Editora Roca)
3º lugar - "Educação à distância: o Estado da Arte", Fredric Michael Litto (Pearson Education do Brasil)


DIDÁTICO E PARADIDÁTICO

1º lugar - "História e Cultura Africana e Afro-Brasileira", Nei Lopes (Barsa Planeta Internacional)
2º lugar - "Meu primeiro álbum de piano solo", Dulce Auriemo (D.A. Produções Artísticas)
2º lugar - "Coleção cidade educadora - Diário de bordo do aluno 1 - Volume Amarelo", Áureo Gomes Monteiro Júnior, Célia Cris Silva e Júlia Scandiuci Figueiredo (Aymará Edições e Tecnologia)
3º lugar - "Literatura Infantil Brasileira: um Guia para Professores e Promotores de Leitura", Vera Maria Tietzmann Silva (Cânone Editorial)

ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS

1º lugar - "Valores Humanos & Gestão. Novas Perspectivas", Maria Luisa Mendes Teixeira (organizadora) (Editora Senac São Paulo)
2º lugar -"Estratégia e Competitividade Empresarial - Inovação e Criação de Valor", Luiz Carlos Di Serio e Marcos Augusto de Vasconcelos (Saraiva)
3º lugar - "Meio Ambiente e Crescimento Econômico: Tensões Estruturais", Gilberto Dupas (Editora Unesp)

DIREITO

1º lugar - "Introdução ao Pensamento Jurídico e à Teoria Geral do Direito Privado", Rosa Maria de Andrade Nery (Editora Revista dos Tribunais)
2º lugar -"Execução", José Miguel Garcia Medina (Editora Revista dos Tribunais)
3º lugar -"Código de Processo Civil - Comentado Artigo por Artigo", Daniel Mitidiero e Luiz Guilherme Marinoni (Editora Revista dos Tribunais)
3ºlugar - "Atual Panorama da Constituição Federal", Carlos Marcelo Gouveia (Saraiva)

BIOGRAFIA

1º lugar - "O Sol do Brasil", Lilia Moritz Companhia das Letras (Companhia das Letras)
2º lugar -"José Olympio, o Editor e sua Casa", José Mario Pereira (GMT Editores)
3º lugar -"O Santo Sujo: a Vida de Jayme Ovalle", Humberto Werneck (Cosac Naify)

CAPA

1º lugar - "Moby Dick", Luciana Facchini (Cosac Naify)
2º lugar -"Jovem Stálin", João Baptista da Costa Aguiar (Companhia das Letras)
3º lugar -"Introdução à filosofia", Rex Design (Editora WMF Martins Fontes)


CIÊNCIAS HUMANAS

1º lugar - "História do Brasil - Uma Interpretação", Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota (Editora Senac São Paulo)
2º lugar - "Veneno Remédio", José Miguel Wisnik (Companhia das Letras)
3º lugar - "A Aparição do Demônio na Fábrica", José de Souza Martins (Editora 34)

CIÊNCIAS NATURAIS E CIÊNCIAS DA SAÚDE

1º lugar - "Fundamentos de Dermatologia", Marcia Ramos-e-Silva e Maria Cristina Ribeiro de Castro (Editora Atheneu)
2º lugar -"Oftalmogeriatria", Marcela Cypel e Rubens Belfort Jr. (Editora Roca)
3º lugar - "Guia de Propágulos & Plântulas da Amazônia", José Luís Campana Camargo et al (Inpa)

TRADUÇÃO DE OBRA LITERÁRIA FRANCÊS-PORTUGUÊS

1º lugar -"O Conde de Monte Cristo", André Telles e Rodrigo Lacerda (Jorge Zahar Editor)
2º lugar - "Topografia Ideal para uma Agressão Caracterizada", Flávia Nascimento (Editora Estação Liberdade)
3º lugar - "A Elegância do Ouriço", Rosa Freire D'aguiar (Companhia das Letras)

TRADUÇÃO

1º lugar -"A Morte de Empédocles / Friedrich Hölderlin", Marise Moassaba Curioni (Iluminuras).
2º lugar -"Satíricon", Cláudio Aquati (Cosac Naify).
3º lugar -"Os Irmãos Karamázov - 2 Volumes", Paulo Bezerra (Editora 34)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

UM TIPO INESQUECÍVEL

(Homenagem ao escritor Fernando Câncio)

por Carlos Roberto VaZconcelos

Em nossas vidinhas tão efêmeras, conhecemos muitas pessoas. De todas as marcas, feitios e naturezas.

Lembro que as velhas e boas revistas Seleções traziam uma interessante coluna intitulada Meu Tipo Inesquecível. Eram testemunhos de vida, retratos de homens e mulheres que não passaram despercebidos por este mundo, que registraram suas vidas na vida do outro, que se inscreveram para sempre no livro da memória de alguém.

Eu também conheci um tipo inesquecível. Ele poderia tranqüilamente figurar naquela seção da revista americana. Eu iniciava o curso de Letras, na Universidade Estadual do Ceará, quando tomei conhecimento da existência de um grupo de escritores chamado Ceia Literária. Passei a freqüentar aquela agremiação com assiduidade. Particularmente, um dos seus membros muito me chamou a atenção, pela originalidade, espirituosidade e carisma: Fernando Câncio de Araújo, o velho mais jovial que conheci. Ainda hoje, do auge dos seus oitenta e sete anos, se o assunto é idade, responde de pronto:

O que importam meus cabelos brancos, se minha alma ainda faz pipi na cama? Imediatamente lembro outro poeta querido, Mário Quintana:

Embora idade e senso eu aparente,

Não vos iluda o velho que aqui vai:

Eu quero meus brinquedos novamente!

Sou um pobre menino... acreditai...

Que envelheceu um dia, de repente!

Antonio Carlos Villaça, no seu livro Os Saltimbancos da Porciúncula, descreve Quintana como um velhote buliçoso, que não tinha pose, nenhuma afetação. Era todo leveza, espontaneidade, fluidez, comunicabilidade modesta. Fernando Câncio também é assim.

Certa vez, saíamos de uma reunião da Ceia Literária, num edifício da rua Liberato Barroso. O elevador, lotado, o Fernando, gordo. Todos esquivos para não pisar um pé alheio e empenhados em manter a devida distância do patrimônio do outro. O poeta observou que alguém entrara por último e quase espremido pela porta. Lá embaixo, quando a bendita porta se abriu e acabou-se o sufoco, Fernando não se conteve e desferiu para riso geral: O elevador é um dos poucos lugares onde se faz valer aquela lei de Deus: Os últimos serão os primeiros.

Fernando Cursou as “primeiras e únicas letras” (como faz questão de esclarecer), no Grupo Escolar da Fênix Caixeral. Na verdade, cursou até o 4° ano primário, mas considera-se autodidata. Aprendeu a ler e nunca mais quis se separar dos livros. Leu os grandes clássicos cearenses, brasileiros e estrangeiros. Escreveu inúmeros livros, alguns com títulos intencionalmente esdrúxulos e quilométricos (que nada têm a ver com o conteúdo), apenas para roubar a atenção: Os Sapos do Castelo de Montserrat ou As Aventuras de um Lagostim Daltônico.

Fernando foi durante anos o gerente do Cine Art. Sucedeu-se por dezoito anos no cargo de presidente da UBT (União Brasileira de Trovadores) e se dependesse dos sócios permaneceria por mais dezoito. Marcou história no comando dessa agremiação. De todos os gêneros, o que mais lhe dá satisfação é a Trova, sendo ele um dos melhores destas terras, na maravilhosa arte dos quatro versos.

Querem ver?

Saudades, marcas doridas

De um momento que passou

Bandeirinhas coloridas

Que o tempo nunca rasgou

ou

Era um poeta de mão cheia,

Hippie, cabelos revoltos...

Só poetava na cadeia

Detestava versos soltos

Fernando Câncio é também um exímio recitador. Uma vez no palco, contagia a plateia com o carisma e a desenvoltura de um mestre. Certo dia, comprovando a tese de que a criatura pode tornar-se independente do criador, criou Hortência, a amiguinha de infância transformada na mulher sonhada... Boquinha de forno...! Forno! Jacarandá! E Hortência virava lágrimas... de uma saudade perdida? de uma lembrança imaginada? É que o universo paralelo do artista é muito mais vasto do que a própria realidade.

Confessou-me um dia que nunca mais recitaria Hortência. A personagem havia crescido dentro dele, estava se exteriorizando, tomando conta de seu coração, fazendo-o chorar em público. Hortência passou a existir, definitivamente. Não mais nas páginas amareladas do livro, mas na lucidez de sua memória, como ser concreto, como parte de seu passado, mulher de carne e osso.

Enfim, Fernando Câncio é uma dessas raras pessoas a quem temos orgulho de conhecer. Sua grandeza está na simplicidade. Por isso, para falar sobre ele temos que usar palavras simples, despojadas de vaidade, mas carregadas de valor.

Algumas vezes fui visitá-lo, na rua Floriano Peixoto, 1964. Usufruí momentos de gratificante conversa. Dona Zilnah, sua falecida esposa, de saudosa memória, também sempre muito solícita. Uma tarde, saí rumo àquela rua. Não para visitar o Fernando, que o horário não era propício, mas apenas para levar-lhe uns doces. A casa estava silenciosa e tristonha. Bati. A secretária veio atender pelo muro do jardim. Contou-me que dona Zilnah já não estava mais entre nós. Senti o golpe. Desagradável surpresa. Eu estava a caminho de um sebo, localizado na Aldeota. Dentro do carro, larguei-me a refletir sobre o mistério doloroso da morte e os sentimentos a que ela nos remete. Mais tarde, garimpando livros, saltou-me aos olhos o Meu Nome é Saudade, de Fernando Câncio, que é dedicado justamente à Dona Zilnah. Quanta coincidência! Não poderia deixar de adquiri-lo, em sua 1ª edição, de 1979. Este mesmo que está repousando aqui ao meu lado, com autógrafo do autor.

Fernando Câncio também é pintor. Na parede do meu apartamento, um óleo sobre tela, feito especialmente para a capa da coletânea Ceia Maior, em comemoração aos dezoito anos do grupo Ceia Literária. Fernando Câncio, você mora na minha estante, na minha parede e principalmente na minha memória e no meu coração.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

DNA - Desfiando Notas de Aula


E EU LÁ SABIA!
semântica

Por Airton Soares "AS"

- - - - - - - - - - - - - - - - -
"Sem fiscalização,
cresce gasto do
planalto com cartão
- - - - - - - - - - - - - - - - Entre janeiro e setembro de 2009, os gastos sigilosos do Planalto com cartões de crédito corporativos somaram R$ 5,3 milhões. [...] DEVE-SE A INFORMAÇÃO aos repórteres Edson Luiz e Izabelle Torres." [...] Blog do Josias, Folha, 271009.
.
.

Espere! Quer dizer que devo uma informação e que tenho de pagar esta informação? Neste caso estou obrigado a...?

Não é bem assim: Neste contexto o verbo dever tem o sentido de estar em agradecimento. Agradecemos – a essa informação – aos repórteres.... ver a acepção nº 4 do dicionário Aurélio Eletrônico.”Estar obrigado; estar em agradecimento: Deve todo o seu saber ao mestre.”

notAS: a dívida existe, mas não se trata de uma dívida monetária.
- - - - -

AS - Aprendizagem Significativa

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

IRA EL

IRA.EL

qual a missão
do míssil?
arremessar. . . . . . . . . . . . . . . . . .
arrasar
reza seu
catálogo
logo
haja faixa
de gaze
pra
estancar
o gozo
o gás lacrimoso
da gasta
gente de bom.ba
que geme
genuflexa
aos pés da santa crise. AS

CURIOSnãotemIDADE

Gaze, o tecido de algodão usado em curativos e ataduras, tem a ver com o território Gaza. Segundo o Houaiss eletrônico, Gaza vem do persa "gazí", "gaz" < 'vara´ que denotaria a largura da fazenda ou que seria derivado do topônimo; Ainda: Gaza, na Palestina, onde se supõe a existência de uma indústria têxtil.

Estanco por aqui.